
Dois réus acusados de participação em trama que pretendia dar um golpe de Estado no Brasil depuseram na manhã desta quinta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), por vídeo conferência: o agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet; e o ex-major do Exército Ailton Moraes Barros. Ambos fazem parte do chamado Núcleo 4.
Bormevet trabalhou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do final de 2019 a meados de 2022. Durante o depoimento, ele negou que tivesse feito investigações sobre adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, ou que tivesse divulgado notícias falsas envolvendo autoridades.
Na Abin, Bormevet foi coordenador de uma área responsável, segundo ele, por fazer “pesquisas relativas a pessoas físicas e jurídicas, além de administrar ferramentas e sistemas disponibilizados por órgãos como Receita Federal, Controladoria Geral da União e Polícia Federal”.
O segundo depoimento foi do ex-major do Exército Ailton Moraes Barros. Ele teria sido mencionado, em algumas das conversas de whatsapp obtidas pelos investigadores, nas quais estaria pressionando autoridades militares a aderirem à tentativa de golpe, o que foi negado por ele.
Entre os atos criminosos pelos quais o Núcleo 4 é acusado estão os de disseminação de notícias falsas sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e ataques a autoridades que se colocassem no caminho dos planos golpistas.
Integrantes desse grupo são também apontados como responsáveis por ações estratégicas de desinformação e respondem por crimes como os de organização criminosa, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas podem superar os 30 anos de cadeia.